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A Hipnose como Ferramenta de Trabalho na Odontologia


Descrição: Re - Humanização da Medicina e da Odontologia com o indivíduo no Processo de Cura . . .

Os conhecimentos de psicologia, psicanálise, psicossomática e a aplicação de técnicas adequadas para o controle do comportamento dos pacientes, em especial na faixa odontopediátrica – de zero a doze anos, são importantes e necessários para o sucesso na relação profissional – paciente. Estes estudos associados à hipnose influenciam no resultado de uma melhor reação emocional, assim como na mudança de comportamento de pacientes de todas as idades: crianças, jovens e adultos, que apresentam fobias intensas em relação ao tratamento odontológico. Badra (1987) nos relata que a hipnose se mostra eficaz nos casos onde as técnicas comportamentais da psicologia não foram eficazes. O resultado gera uma confiança e estabelecimento de um vínculo que produz satisfação mútua entre paciente e profissional.

 

Lembrar sempre que cada caso é um caso especialmente quando trabalhamos com crianças e pacientes que apresentam medos irracionais em relação ao tratamento dentário. É necessário manejar com cuidado as situações inusitadas que permeiam nossos consultórios e estabelecer um plano de tratamento seguindo a melhor conduta para cada caso, afinal precisamos saber: Quem é nosso paciente, o que ele espera de nós e que psicopatologia pode estar presente?

O profissional que tem conhecimentos da área psi: psicossomática, psicanálise e de psicologia traz à luz uma nova humanização da odontologia, preparando assim o seu paciente, um indivíduo mais consciente de si mesmo e dos cuidados com sua saúde bucal, pois em pacientes de difícil acesso, e em casos de tratamentos de longa duração devemos compreender a importância dos processos vinculares, as relações transferenciais, as resistências, a nossa capacidade de esperar, de acolher, de ouvir as queixas, as angústias, a dor “existencial no dente”, a dor de dente, e poder transformar em algo novo, algo bom, com a capacidade de renovar e recriar a esperança neste ser humano, diminuindo seus medos, suas angústias. Devemos também reconhecer na patologia bucal quais são os processos de alteração da normalidade presentes como por exemplo: cáries, doenças periodontais, perdas dentárias, perdas ósseas, tumores verdadeiros, pseudotumores, cistos, entre tantos outros...

Aberastury (1996, p.105), escreve sobre esta experiência: “A angústia despertada pelo tratamento odontológico é de tipo irracional, pois nada do que acontece durante um tratamento explica a intensidade da angústia que desperta, nem as reações que se observam, não apenas nas crianças, como também nos pais, em sua função de acompanhantes. [...] No consultório odontológico, a boca e os dentes, possuem para o ser humano um significado inconsciente, que vai muito além de sua utilização cotidiana, como dentes para mastigar e boca para alimentar-se, existe também a repercussão psicológica, quando um dente adoece e precisa ser tratado. [...] A boca possui determinadas características inconscientes, em cada etapa do desenvolvimento, e o mesmo acontece com o dente”.

Assim, as dificuldades encontradas e as respostas e soluções para muitos problemas que pareciam insuperáveis começam a ser encontradas através da relação vincular que estabelecemos com o nosso paciente, ou seja a relação profissional – paciente que é muito fortalecida através do uso desta excelente ferramenta de trabalho que é a hipnose, afinal, a boca é o órgão de maior expressão de sentimentos desde os primórdios da existência do ser humano, a fonte de inter-relação do ser com o mundo, e que nos acompanha até o fim da vida.

Leitura complementar recomendada:

1 - ABERASTURY, A. Abordagens à Psicanálise de crianças. Trad. Francisco Franke Settineri. Artes Médicas, Porto Alegre, 1996, 220p.

2 - BADRA, A. Hipnose em Odontologia e Odontologia Psicossomática: nova dimensão na Odontologia atual. São Paulo, Andrei Ed.Ltda., 1987.

3 - MILLER DE PAIVA, L. Medicina Psicossomática, Psicanálise e Odontologia: nova patogenia da carie dentária. Rev. Ass. Paul. Cir. Dent. 12(2):91-100, mar./abril, 1958.

4 - VICENTE, S.P. – a) A Relação Profissional - Paciente - Pais no consultório odontológico. b) A psicanálise, a Psicologia, a Re-humanização da Medicina e da Odontologia Interagindo com o indivíduo no Processo de Cura Mente e corpo.In: www.sosdoutor.com.br/sosodonto ; www.soniapineda.cjb.net ; www.clinicadosorrisofeliz.blogspot.com e c) O Autoconhecimento e Alguns Procedimentos que Levam ao Sucesso Profissional. Cap. 53: Atendimento Odontopediátrico. Aspectos Psicológicos. São Paulo, Ed. Santos, 2002, p.571-7.

5 - ____________ e ARAGONE,P.N. Aspectos psicológicos na clínica odontopediátrica aplicados à relação criança-família-dentista. J. Brás. Odontoped. Odonto Bebê,v.2, n.5, p.23-27, 1999.

6- WINNICOTT, D.W. O Brincar e a realidade. Rio de Janeiro, Imago, 1975.

7 - _______________ Consultas Terapêuticas em Psiquiatria Infantil. Rio de Janeiro, Imago, 1984, 472p.

8 - ZIMERMAN, D.E. Vínculos e Fantasias Inconscientes. Séculos XX e XXI – O que permanece e o que se Transforma. São Paulo, Ed. Lemos, 1993, vol. V, cap. 6, p.55-65.

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