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Tratamento pela Hipnoterapia através da Regressão / Autoscopia, Técnicas de Indução em caso de Fobia

RESUMO:

O processo de cuidar se dá em ações consecutivas, de modo interativo, dialogal, sugestivo entre quem provê o cuidado e quem o recebe, numa dinâmica terapêutica afetiva peculiar. Durante o tratamento deste paciente em que sua queixa principal se dá na dificuldade de formar opiniões, sentir medo de falar, questionar. Principalmente com pessoas que em seu julgamento são ditas como superiores hierarquicamente. Esquivando-se do meio social, trocando a comunicação pelas mãos sujas de graxa de um trabalho árduo como mecânico de automóveis. Aos 39 anos, não consegue namorar, os seus relacionamentos são velados pelas críticas de sua mãe.

 

O presente trabalho visa a apresentar as ações realizadas em prol de mudanças de crenças no caso clínico apresentado que poderão bloquear a luz interior do Ser, impedindo-o de atingir seus objetivos. Quais serão as crenças negativas que o impedem de atingir seus objetivos? Quais serão as mensagens críticas que o põem para baixo?

O paciente do caso clínico é graduado em Letras e Literatura não exercendo sua função relatando ter pavor em ser questionado, deter os olhares de todos para a sua pessoa, não conseguindo participar de festas, de encontros esquivando-se de reuniões sociais por julgar não conseguir compartilhar as suas opiniões em público, isolando-se no refugio de sua casa. A partir desta queixa levamos avante a conduta psicoterapêutica em prol de forma breve e precisa no intuito de aliviar o sofrimento do paciente. Provavelmente, o paciente por parecer ser reativo, ligado, poderá não relaxar ao ponto da utilização imediata da hipnose, conduta de estágio de ampliação de consciência, pois este não se desliga. Partimos, inicialmente pela hipnoterapia em prol de tentar levar o paciente a entender que poderá mudar o seu comportamento. E, com o tempo irá aprendendo a relaxar através de várias técnicas, no auxilio da melhora da ansiedadeajudando-o a buscar no passado o bloqueio, o trauma que poderá ser encontrado na infância, na puberdade ou talvez em sua adolescência, não só como também de uma memória ancestralou transgeracional, de memórias do inconsciente coletivo ou familiar. O trabalho realizado neste caso clínico teve como principio ativa a regressão levando em conta a técnica de Autoscopia.

Palavras-chave: Hipnoterapia, Hipnose, Regressão, Autoscopia, Psicologia Clínica, Caso Clínico.

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(1) Psicóloga do INSTITUTO AMANHESER – Rio de Janeiro.

Pós Graduada em Docência Superior pelo ISEP/RJ

Pós-Graduada em Psicologia Hospitalar pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.

Pós-Graduada em Formação Holística de Base na Abordagem Transdisciplinar pela UNIPAZ-Rio de Janeiro

Hipnóloga com formação pela SOHIMERJ.

Email: costamariaparecida@yahoo.com.br

ABSTRACT

The process to take care of if of the one in consecutive actions, from interactive, dialogal, suggestive way between who to provide the care and who receives it, in a peculiar affective therapeutical dynamics. During the treatment of this patient where it’s main complaint if of the one in the difficulty to form opinions, to feel fear of speaking, questioning. Mainly with people who in its judgment are said as superior hierarchically. Esquivando of the social environment, changing the communication for grease the dirty hands of an arduous work as mechanic of automobiles. To 39 years, it does not obtain to namorar, its relationships are guarded by the critical ones of its mother.

The present work aims at to present the actions carried through in favor of changes of beliefs in the case clinical presented that will be able to block the interior light of the being, hindering it to reach its objectives. Which will be the negative beliefs that hinder it to reach its objectives? Which will be the critical messages that put it for low?

The patient of the clinical case is graduated letters and literature not exerting its function telling to have terror in being questioned, withholds the looks of all for its person, not obtaining to participate of parties, meeting esquivando itself of social meetings for judging not to obtain to share its opinions in public, isolating itself in takes refuge it of its house. From this complaint we take avante the psicoterapêutica behavior in prol of brief form and needs in intention to alliviate the suffering of the patient. Probably, the patient for seeming to be reactive, on, will be able not to relax to the point of the immediate use of the hypnosis, behavior of period of training of conscience magnifying, therefore this is not disconnect. We leave, initially for the hypnotherapies in favor of trying to take the patient to understand that it will be able to change its behavior. E, with the time will go learning to relax through several techniques, in assists it of the improvement of the anxiety helping it to search it in the past the blockade, the trauma that could be found in infancy, the puberty or perhaps in its adolescence, not only as well as of an ancestral memory or transgeracional, of memories of unconscious collective or the familiar one. The work carried through in this clinical case had as I begin asset the regression leading in account the technique of Autoscopia.

Word-key: Hypnotherapies, Hypnosis, Regression, Autoscopia, Clinical Psychology, Clinical Case.

INTRODUÇÃO

O SR. “PC”

Homem, 39 anos, Mulato, Solteiro, filho único, 1,63 de altura. Relata que desde pequeno tem dificuldade de estabelecer comunicação, diz sentir vergonha. Sendo natural da região Nordeste, adolescente veio com a mãe residir no Rio de Janeiro. Ouvia de sua mãe conselhos do tipo –“O Rio de Janeiro é perigoso! As mulheres são traiçoeiras!” Confessa que sua mãe o controla em ligações telefônicas por várias vezes no dia, se vai sair não importando o horário, precisa relatar o porquê, com quem e para quê! Em Rapport confessa ser tímido, inseguro, medroso e com uma grande dificuldade em formar opinião. É Budista, diz gostar de uma ex- namorada. Formado em letras e Literatura (2006) sem exercer a profissão porque não se sentia capaz. Realizou o curso de Mecânica na UFRJ se especializando em Injeção Eletrônica. Trabalha como mecânico de automóveis em uma oficina de carros. Confessa ter sido humilhado, enganado em várias ocasiões, inclusive em roda de amigos, deixando de cultivar amizades, dizia-se criticado, não saindo à noite por medo de se expor, provavelmente atitudes de auto-depreciação, auto desvalorização. Havendo uma sensibilidade exagerada às contrariedades ou a tudo que possa ser interpretado como rejeição, uma tendência para distorcer as experiências, interpretando-as como se fossem hostis ou depreciativas, ainda que neutras e amistosas, sente que todo mundo repara nele o tempo todo, sente que em qualquer momento vai ficar morto de vergonha.A se ver questionado sente tontura, dores generalizadas, suores intensos inclusive em suas mãos, tendo vergonha de apertar as mãos de outra pessoa, sua fala se atropela dando lugar a gagueira. Em seus relacionamentos afetivos relata que não se aproxima por achar ou pensar que a moça vai dizer não principalmente em uma festa, evitando dançar com medo de ser julgado. Evita falar de possíveis namoradas para a mãe, pois esta enumera defeitos. Tem vergonha de sua estatura e de sua cor. Hoje “fica” com sua ex-namorada sem conhecimento da mãe, receia esta não ser favorável ao relacionamento. Queixa-se de prisão de ventre, intestino preso termos populares para obstipação do intestino. Como procedimento terapêutico, utilizamos a Técnica por Visualização Cênica Dissociativa, técnica das sugestões sublimais, através de viagem escolhida pelo paciente, a partir do relaxamento progressivo e fixação do olhar em busca de sua criança interior e Autoscopia na resolução do conflito a partir da queixa do sintoma. - “Meu intestino é preso, fico empanzinado!” (sic). Em 21 de Setembro de 2011 iniciamos a Hipnoterapia.

O USO DA HIPNOSE E A TÉCNICA DE AUTOSCOPIA

Temos como objetivo demonstrar como a técnica de Regressão/ Autoscopia leva o paciente a tentar modificar a realidade interna através da vivência do si mesmo em uma visão regressiva de como tudo iniciou e através desta conscientização o paciente a partir de suas próprias experiências criarem em seu organismo possibilidades de luta desde que a clareza do momento que aconteceu o trauma e o período em que ouve em que a partir dele foi gerado o comportamento. Iniciamos o atendimento em Setembro de 2011, utilizamos no processo Técnicas de Indução a Hipnose com o relaxamento Progressivo e Visualização Cênica Dissociativa. O presente trabalho trata-se de um relato de caso clínico em atendimento.

Utilizamos a metáfora do viajante e sua bagagem (Mills, 2006) nas sessões de Regressão em que o paciente em estado ampliado de consciência incute à re-visitação do tempo - lugar da infância. Em sua primeira viagem foi sozinho, de carro Pickaup, levando uma pequena mala de cor preta com listas brancas. Escolheu viajar pela madrugada com destino certo, sua infância. Em um encontro mágico com a sua criança.

The fixed-gaze induction or eye fixation method engages in getting the person to concentrate intently on any one object and block everything else out. A indução da técnica do olhar fixo ou método de fixação envolve os olhos do paciente a concentrar-se atentamente sobre um objeto qualquer (ele escolheu) e bloquear todo o resto. The hypnotist talks to the person in a low tone which lulls him or her into a full state of relaxation. Inicia-se um estado completo de relaxamento. Escolheu viajar sozinho e o local seria sua cidade natal, rever seus primos e sua tia. Avistando a cidade descreveu em todos os detalhes, informando às pessoas que iria visitar. Perguntei em sessão por quanto tempo iria ficar, imediatamente respondeu em estado ampliado de consciência – 15 dias! – O que irá fazer?Perguntei. A resposta rapidamente se fez presente – Vou pescar! Iniciamos a Visualização Cênica quando ao se encaminhar para o rio vê uma criança e descreve como está vestida e o que está fazendo. Dá-se ai o momento do encontro dele com a sua criança!Encontro dele com si mesmo!Delineia o comportamento do menino, dos seus pés descalços agachado pescando. Narrando de quando o avista, percebe-se envergonhado, arisco, calado. Vê quando a sua criança interior pega uma pedra permanecendo nessa sessão com a imagem congelada, tentamos fazer a redecisão a partir do encontro amoroso do adulto a partir da ancoragem e programação positiva. Sentimos que não houve nesse momento a resolução do conflito, pelas defesas internas do paciente em não dar continuidade talvez por ser um momento especial. Voltamos à cena a partir da queixa da obstipaçãointestinal através da Autoscopia. No momento em que visualiza o intestino a sugestão é feita para o encontro na beira do rio.

A pergunta surge:

- “O que você vê”? A resposta vem de imediato, o menino na beira do rio com a pedra na mão!

Pergunte a ele para que serve a pedra? Sua ressalva vem com a exclamação:

- Ele está me convidando para brincar! Jogando a pedra no rio, vê-la dar pulos na água, descreve o ato como um convite a brincar!

Sugeri ao paciente: – “Aproveite, vá brincar com ele”! “Vá ondular as águas do rio”. Permanecendo em silêncio por instantes, conta detalhadamente seu encontro com sua criança interior.

De repente, seus movimentos na cadeira se fazem presentes, pergunto o que acontece. O paciente relata que ganhou a disputa dos pulos da pedra com a criança. O menino se levanta e se distancia, observa o paciente, peço que vá ao seu encontro para um abraço revelando quem é ele, sendo ele mesmo. Em contínuaobservação detalhando que o menino não acredita ser ele mesmo! Imediatamente o paciente tira a prova em seu corpo onde uma mancha de nascença se faz presente. Instante de grande emoção para o paciente quando sugestiono para que converse com a criança na intenção de ser ele um vencedor. A criança convida o adulto para irem juntos para a casa. Ao chegarem à criança vai buscar um punhado de barro senta-se e começa a elaborar a partir do barro bonecos como que ensinando ao adulto, após esse momento coloca ao sol para endurecer! Provavelmente esse momento alquímico ao ser entendido pelo paciente veio emergir o conflito a tanto acumulado no seu interior mostrando a este o seu complexo talvez por ele vencido. As explicações sobre o boneco de barro encontraram na leitura de (Monari, Carmen, 2011) sobre O Mito de Cura, relata em seu livro que:

“Certo dia, enquanto Cura (Inquietação) atravessava o rio, observou a presença de argila na margem; apanhou uma porção e começou a formar a imagem do homem”.

Enquanto pensava sobre a obra que havida feito, Júpiter aproximou-se.

Cura solicitou-lhe que concedesse vida à criatura feita de argila. Júpiter, entretanto, recusou dar a ela o nome de Cura, pois queria que seu nome fosse dado. Enquanto

Júpiter e Cura disputavam quem daria o nome à criatura, Terra também apareceu e ofereceu seu nome. Para resolver a disputa, chamaram Saturno que estabeleceu este veredicto:

- Você, Júpiter, por já ter dado espírito a essa criatura, ficará com ele, quando ela morrer;

- Você, Terra, por ter dado a ela o corpo, ficará com ele, quando ela morrer; você, Cura, por ser quem plasmou a criatura a partir da argila, ficará com ela durante a vida inteira. “Como não há consenso sobre seu nome, então ele chamará “Homo”, pois é feito de húmus (terra)”.

“Então, Júpiter dá o Espírito ao Homo e recebe seu espírito na morte”. Terra dá o corpo para o Homo e recebe o seu corpo na morte.

Cura dá vida para o Homo e deve zelar pela vida. Curar é zelar pela vida. A Missão do Médico/ Psicoterapeuta é de auxiliar a Cura, ajudar a Vida fluir dentro do outro. ”(pag.15)

Em estado de ampliação de consciênciaapós tomar consciência da trama do enredo da natureza do complexo, levando o paciente ao encontro da visualização de sua criança interior o confronto com o trauma, reforço do ego, projeção para o futuro a partir do adulto, ancoragem, ressignificação a partir da significação do barro e da queixa de obstipação intestinal. Preparação para voltar de sua viagem já não mais de Pick-up escolheu voltar de Van sua bagagem já não era de uma mala pequena, mas de 03 mochilas. Deixou o carro de 02 portas lá.

Foram feitas 03 sessões em continuidade de percepção onde evidencias sequenciais significativasse apresentaram ao ponto do paciente reviver momentos de sua infância que sua lembrança por estar em bloqueio não lhe permitia lembrar, momentos de perdão, de trocas de afetividade proveitosa para a ressignificação.

Em uma dessas sessões o paciente como mesmo processo de indução descreve-se aos 08 anos de idade resinificando o sentimento de vergonha que lhe causa mal estar. O encontro com a tia que o criou:

– “Criança não se mete em conversa de adulto! cita sua fala. Criança tem que abaixar a cabeça quando o adulto chega criança quando vai à casa dos outros não pode ficar perto do adulto, tem que ir para o fundo do quintal.”.

Neste momento, seus olhos se enchem de lágrimas, narra detalhadamente o medo de olhar a tia, seu corpo manifesta o complexo naquele momento. Sugestiono a tomada de decisão ao esclarecer a tia do quanta esta o prejudicou pela maneira de educar, em redecisão segue a desprogramação no perdão, no abraço, no choro, na despedida. No momento seguinte a programação positiva, o paciente se vê em um momento esquecido em sua memória, quando modelava bonecos feitos de barro e presenteando a tia com um deles. (Mito de Cura)

A transformação para a despedida resignificando no agradecimento a tia.

Seu depoimento após essas sessões, suas atitudes e comportamento tiveram mudanças exprimidas com clareza, como esclarecendo a mãe de suas intenções no relacionamento com a sua ex-namorada, ela gostando ou não. Relata de seu desentendimento com o dono da oficina que antes o diminuía ao ponto de pedir demissão. Sendo reconsiderado pelo patrão que aumenta seu salário e o faz gerente de oficina. De sessão em sessão demonstra que o paciente está tomando atitudes por si mesmo. Esta selecionando novos planejamentos para sua vida consegue sair para encontrar os amigos/colegas de trabalho (hoje se sente respeitado pela atitude tomada com o dono da Empresa), conseguindo ummelhor entrosamento com a equipe de trabalho.

Antes, cogitava que se alguém percebesse que estava nervoso, seria como passar atestado de incompetência completa. Percebia que iria gaguejar tropeçar. O pensamento que os outros iriam pensar que ele era lerdo, burro, esquisito. Sentindo-se deprimido e triste em consequência destes pensamentos demonstrando sua fragilidade social.

No momento em que se deu alta demonstrou estar fortalecido e principalmente conseguir expressar suas opiniões e suas escolhas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Nogueira J. J. C.(2005) Autoscopia. Rio de Janeiro. Instituto AmanheSer.

Mills J. (2006) Resgatando a Magia da vida. Belo Horizonte: Diamante.

Monari, Carmen.Participando da Vida com os Florais de Bach – Uma Visão Mitológica e Prática;5ªedição,Editora Roca,São Paulo, 2011.

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