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Desmistificando a Psicologia


Descrição: Parece-me incrível que em pleno século XXI, ainda se ouça a seguinte frase: “eu fazer psicoterapia? Ir a um psicólogo? Não sou louco (a)!”

Parece-me incrível que em pleno século XXI, ainda se ouça a seguinte frase: “eu fazer psicoterapia? Ir a um psicólogo? Não sou louco (a)!”.

Repetidas vezes entre adultos, pais, educadores, adolescentes e até mesmo crianças, levam-me a questionar de que forma a Psicologia é divulgada pelos profissionais ou até mesmo pela mídia. Via de regra as informações refere-se mais ás questões teóricas, abordagens terapêuticas ou o mais comum “aconselhamentos”, o que vemos constantemente na mídia falada ou escrita , do que permitir os questionamentos internos e a reflexão da pessoa.

 

Talvez por ser a única ciência em que não se pode levar acompanhante, salvo os retornos para pais, penso que paira uma fantasia, entre os leigos, sobre o que ocorre dentro de um consultório psicológico, isso talvez se explique pelo fato da Psicologia ser uma ciência moderna, no Brasil não tem mais que 40 anos. Anteriormente da área de Humanas e há poucos anos integrados à área da Saúde, ainda fortemente ligada à “loucura”, motivo pelo qual as resistências quando a pessoa é encaminhada ao procedimento terapêutico. Seu objetivo principal, enquanto ciência dos fenômenos psíquicos e do comportamento é buscar entender e ajudar a pessoa a encontrar formas mais adequadas de estar no mundo em que vive, em sua família, trabalho, relacionamentos afetivos, estudos, amigos a fim de que vá de encontro à sua realização interna e externa, é um caminho trilhado pela pessoa onde o terapeuta está ao lado e com ela.

Penso que uma pequena viagem à história possa, além de informar, recordar os caminhos pelos quais a Psicologia percorreu desde a antiguidade onde os fenômenos psíquicos preocuparam o homem (por volta de 500 A.C na Grécia), até Sócrates, o grande filósofo, que recebeu o título de Pai da Psicologia uma vez que nas conversas com jovens e adultos, através do método que designou de Maiêutica (dar à luz a novas idéias), conduzia-os a desenvolver seus pensamentos no sentido de se conhecerem mais e melhor. Atribuída a Sócrates a frase: “conhece-te a ti mesmo” era um dos pilares da sabedoria grega, sendo por isso inscrita no pórtico do Oráculo de Delfos, resistindo até os dias de hoje como objetivo da Psicologia: o autoconhecimento.

Com o passar do tempo, surgiu o interesse pelo funcionamento do corpo físico, do cérebro e apareceram os primeiros laboratórios de Psicologia, com ênfase nos estudos fisiológicos humano e animal. um estudioso,William James, levantou a seguinte questão: “o que é emoção?" Inicia-se, então, a busca pela compreensão dos aspectos internos do homem, além dos externos. Subseqüentemente Freud, chamado o pai da Psicanálise, iniciou seus trabalhos a partir dos estudos com pacientes histéricos em hospitais, que foram evoluindo para uma compreensão maior do funcionamento da psique e desenvolvimento da Personalidade, uma contribuição importante à Psicologia. Paralelamente foi se desenvolvendo uma outra maneira de pensar, que apenas leva em consideração o observável, mensurável, para ser objeto da ciência, chamada de behaviorismo ou teoria comportamental, elaborada por Skinner, com os estudos sobre os comportamentos condicionados, que é o seu ponto mais alto. Surgem também os primeiros estudos sobre mensuraçõe e com eles os testes psicológicos, utilizados mais amplamente nesta ou naquela abordagem terapêutica.

O trabalho de Freud valorizando as questões internas da pessoa permitiu que surgissem novos caminhos teóricos e novos estudos desenvolvidos até por discípulos dissidentes como Carl Gustav Jung que expandiu os estudos de Freud trazendo novos conceitos para a Psicologia e abordando assuntos até então ignoradas a religião e a ligação do homem ao universo. Surge em seguida a Gestalt Terapia (percepção do todo), Reich (outro discípulo dissidente de Freud) que abre os caminhos para uma Psicologia Corporal e a ênfase no desenvolvimento social da pessoa (Psicologia Social).

Um outro teórico (americano) contemporâneo (falecido em 1985), elaborou uma nova teoria: a ACP (Abordagem Centrada na Pessoa). Tão rica que Carl Ransom Rogers foi o único dos teóricos eleito por duas vezes Presidente da Associação Americana de Psicologia, e recebendo dois prêmios: Melhor Contribuição Científica e Melhor Profissional.

E assim, entre dezenas de abordagens que surgem uma vez que nenhuma ciência é estática, é importante salientar que independente da abordagem teórica do profissional, o objetivo é sempre facilitar o autoconhecimento, a pessoa em sua realidade, o desenvolvimento de seus potenciais e habilidades, a atuação sobre sua forma de pensar e sentir até mesmo de estar em seu corpo, que possam estar limitando seu desenvolvimento, paralelamente ao trabalho com as dificuldades, existe também o fortalecimento de qualidades e potenciais "esquecidos e adormecidos" inerentes à pessoa, fornecendo dessa maneira uma base para o crescimento sobre os desafios da vida, ou seja, melhor qualidade de vida!

Após essa pequena “viagem” pela história, a Psicologia atualmente caminha, de mãos dadas, com a Medicina e outras ciências, em trabalhos multidisciplinares, que beneficiam sobremaneira a pessoa.

Uma outra questão que julgo importante é a consciência dos profissionais da Saúde de que corpo e emoções não estão dissociados e que ambos devem ser tratados concomitantemente. Essa teoria de que o emocional e o físico estão relacionados é tão antiga quanto a história da medicina. Antes de Cristo, Hipócrates, pai da medicina ocidental disse que: "é mais fácil saber que tipo de pessoa tem uma doença do que descobrir qual tipo de doença uma pessoa tem", ou então um ditado popular extremamente sábio: "quando a cabeça não pensa o corpo padece". Temos, pois, a Medicina Psicossomática (ou transtorno somatoforme, conforme CID 10) e a Psicologia Médica. Assim sendo, pode-se afirmar que o ser humano é um todo psicossomático, que físico ou psíquico não adoecem isoladamente e que a pessoa deve estar internamente mobilizada para buscar ajuda quer seja médica, psicológica, ou ambas (o que é recomendável).

Tenho por hábito levantar algumas questões, principalmente às mães:

- Por quê você leva o seu filho (a) recém-nascido ao pediatra, uma vez ao mês, durante pelo menos um ano? Prevenção!

- Por quê fazer um check-up anual, recomendado pelos médicos? Prevenção!

- Por quê é recomendado ir ao dentista de seis em seis meses? Prevenção

Penso que é um caminho para esclarecer a função da Psicologia e do psicólogo, uma vez que o acesso ainda é restrito devido aos custos e à falta de informações claras e objetivas. A preocupação com a saúde física em detrimento da emocional lota os consultórios médicos e hospitais apesar dos sinais ou alertas emocionais, parece haver a necessidade de uma melhor sintonia entre médicos e psicólogos não necessariamente nessa ordem.

Um exemplo:

Lembre-se de um susto muito grande.

Lembrou?

Quais foram às reações físicas?

Sudorese?

Tremedeira?

Elevação dos batimentos cardíacos?

“Frio no estômago?”.

Tontura?

Um simples susto provoca uma série de reações orgânicas.

Outro exemplo: quantas vezes você já ouviu a seguinte frase: “essa comida não me desceu bem, não me fez bem, não consigo digerir ?”.

Várias vezes?

São as emoções atuando sobre o físico!”“.

Um outro dado importante se refere ao riso à alegria, que aumentam as células N.K. (natural killers), sistema de defesa contra o Ca (câncer) e infecções graves.

Portanto SORRIA!

Para encerrar, lembrei de uma frase de Freud, Pai da Psicanálise:” na maioria das vezes um pepino é só um pepino”. Imagino que não sejam necessárias maiores explicações a respeito dessa frase uma vez que fala por si só.

E assim, desmistificando a Psicologia podemos colocá-la em seu devido lugar:

SAÚDE!

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